A 20ª edição do Estoril Open trazia directamente ligada a si o nome de Frederico Gil.
A mesma pressão mediática a que havia sido sujeita Michelle Larcher de Brito na edição de 2008 do torneio, foi desta vez sentida pelo melhor tenista nacional de todos os tempos.
Curiosamente (ou não) o resultado de Gil em 2009 foi o mesmo que Michelle conseguiu o ano passado: Uma derrota na primeira ronda.
E se é certo que Gil jogou muitíssimo bem, mostrando quase toda a qualidade tenística que lhe tem valido toda a atenção em seu torno, também é um facto que nunca antes Frederico havia perdido na 1ª ronda do Estoril Open e que o torneio nacional foi igualmente o primeiro em que Gil saiu sem ganhar qualquer encontro.
Tal como nas últimas 3 edições do Estoril Open, o carrasco de Frederico Gil atingiu a final, assim aconteceu com Nalbandian, Gasquet e Federer e agora com Blake, que para azar do nº1 nacional jogou no Jamor o melhor ténis da época de 2009.
No entanto e pelo facto do sonho ter sido curto, o Estoril Open esteve longe de ser só Gil.
No contexto português o cenário foi negro, com todos os jogadores nacionais a perderem nas primeiras rondas de singulares e apenas Neuza Silva a lograr passar uma ronda na competição de pares.
No Qualifying as coisas já não tinham corrido bem, com Michelle Larcher de Brito a acabar por ser a única a avançar mesmo sem ganhar o ultimo dos seus encontros, beneficiando da desistência de algumas adversárias para entrar como Lucky Loser.
Leonardo Tavares e Gastão Elias ainda alcançaram a última ronda da qualificação mas perderam em 3 sets, de forma verdadeiramente frustrante já que ambos apresentaram um belíssimo nível tenístico no Jamor.
Também as derrotas nas rondas inaugurais dos Quadros Principais estiveram longe de ser normais.
Michelle Larcher de Brito cedeu em 3 sets, 6-4 0-6 0-6, num encontro onde se denotaram os habituais problemas de Michelle, que alinhou um modelo de jogo único, sem plano B, aliado numa garra inerente à sua personalidade, que vence muitas adversárias, mas que diante a israelita Shahar Peer chegou apenas para incomodar durante um set.
Rui Machado pareceu ter mais que ténis para bater um jogador que 2 dias depois despachou um dos melhores jogadores do mundo.
Neuza Silva teve tudo menos aquilo que não falta a Michelle… atitude, garra, vontade de fechar no momento certo.
Frederica Piedade mostrou que tinha ténis para Maret Ani, que acabou por ser acompanhada pela sorte do jogo durante todo o encontro.
E por fim, Maria João Koehler que poderia ter vencido o 1º set e se assim fosse a história poderia sido bem distinta.
Tudo isto resumiu-se, efectivamente, a nada, com a participação nacional nos Quadros Principais a ser estranhamente negativa, ou mesmo nula.
O Estoril Open virou-se, portanto e mais cedo que o habitual, para o plano internacional, que foi dando iguais desgostos nos primeiros dias.
Nalbandian e Ferrer decidiram vir passear até ao Jamor e alinharam um ténis muito longe do seu nível.
Benesova queixou-se do peso das bolas e saiu com o peso de uma derrota mais prematura do que o esperado.
Kirilenko, Cirstea e Lisicki caíram nos Quartos quando eram apontadas como o trio de favoritas à competição feminina.
A prova feminina foi ainda assim, na minha opinião, uma das melhores de sempre, dada a qualidade de muitos dos encontros e também da vencedora, Yanina Wickmayer, que a curto prazo estará, certamente, entre as 20 melhores jogadoras do mundo.
Makarova, Kimiko Date, Jarmila Groth e Anna Lena Groenefeld foram outras das jogadoras que tive bastante prazer em ver jogar, pelas mais diversas razões.
Se nas senhoras a vencedora foi totalmente inesperada, seriam também muito poucos os que no passado dia 2 apontariam Albert Montanes como o campeão do Estoril Open 2009.
O que é certo é que o espanhol bateu Simon e Blake, com 3 Match Points salvos no conjunto dos dois encontros, para acabar por triunfar de maneira verdadeiramente sensacional, 8 anos depois de ter batido Michael Chang na 1ª ronda do seu primeiro
Quadro Principal ATP, precisamente no Estádio Nacional.
Foram 9 dias cheios de emoção e de bons encontros, que serviram para consagrar 2 campeões inesperados mas mais que justos, dignos sucessores de Roger Federer e Maria Kirilenko.
Para o ano a mais, e se for possível, melhor ainda!!
Melhor Encontro Masculino: Montanes vs Simon
Revelação Masculina: Paul Capdeville
Melhor encontro feminino: Kirilenko vs Fichman
Revelação Feminina: Yanina Wickmayer
segunda-feira, 11 de maio de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário